Equipas de pesquisadores e cientistas das universidades de Cardiff e da Pensilvânia, escolas de medicina e grupos empresariais como a escola Rutgers de Nova Jersey e a Colgate-Palmolive, respetivamente, e ainda estudos publicados em revistas e jornais de referência indicam que uma boa parte das pastas de dentes, bem como de elixires bucais neutralizam eficazmente o vírus na saliva. 

Constataram que há uma redução do nível do vírus em 99,9% quando existe contato em até 2 minutos com pastas de dentes que contêm zinco ou fluoreto estanhoso, ou após 30 segundos quando se trata de elixires bucais que contenham pelo menos 0,07% de cloreto de cetilpiridínio (CPC). Ambos atuam sobre a capa que reveste o vírus, dissolvendo-a, impedindo-o assim que se fixe nas nossas células e as infete.

Numa primeira análise, perante estes resultados promissores pensa-se de imediato na possibilidade do uso de tais produtos por parte dos infetados para retardar a propagação do coronavírus Sars-CoV-2. Contudo, ainda não se sabe por quanto tempo permanece o efeito dos mesmos na boca. 

Não existem evidências que confirmem que a redução da carga viral amenize os sintomas da doença, agilize a recuperação, impeça a contração e a transmissão.

Há ainda factos que têm de ser levados em consideração:

– Se dentro do nosso corpo o vírus se replica no nariz, garganta, brônquios e pulmões, de forma constante, então quando espirramos, tossimos, ou simplesmente expiramos ar a transmissão do vírus continua a ser uma forte possibilidade. Independentemente do uso dos tais produtos de higiene oral. 

– Várias substâncias podem neutralizar o vírus quando com ele entram em contacto, podemos mencionar o álcool, o peróxido de hidrogênio, a clorexidina, entre outros compostos. As ditas pastas de dentes e os elixires bucais podem apenas ser mais dois elementos dessa lista. 

Embora esses produtos erradiquem eficazmente o vírus em laboratório, o seu uso no tratamento para a Covid-19 deverá ser pouco provável, uma vez que além da boca o seu alcance não abrange os restantes órgãos do sistema respiratório.

De qualquer das formas a higiene oral deve fazer parte da nossa rotina diária, agora e sempre. O uso de máscaras, a distância social e as mãos higienizadas com frequência também devem fazer parte da nossa rotina até que esta batalha contra a doença seja vencida.